terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Os sonhos sussurram

sussurram

sussurram

Sussurram e despedem-se

Virando costas.



Depois regressam, e sussurram

sussurram 

e suspiram

Suspiram e desabafam

Soprando ao ouvido.



Remexem lençóis, e estremecem

estremecem

estremecem

Até que incomodam.

Eles anseiam ser sonhados.



Frustrando-se, aí enfurecem-se

e riem-se

riem-se muito.

É quando se apercebem

Que já não são sonhos.



Que falem, então.

Adormeci.



Não lhes vou dar esse prazer.



Gonçalo Limpo de Faria, Dezembro de 2009

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