quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Ocaso

À luz do ocaso
Todas as coisas
Se tornam sombras
E as sombras, essas
Tornam-se seres.

Tudo fulge e repousa
Nesse leito de sombras
E as coisas sabem-no bem
Vivem morrendo nesse leito
Como se não fossem coisas.

Respiram a luz num sussuro
Entoando suaves, quietas
O doce adagio do crepúsculo
Despedindo-se do ocaso
Que as tornou sombras.

Agora o doirado arrefece
E as sombras jazem sós
Elas querem repousar no seu leito
Mas voltam a ser coisas
E as coisas anoitecem.

Já não são seres
São apenas coisas.


Gonçalo Limpo de Faria, Outubro de 2007

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