O coração bate velho
De tão novo estar ainda.
Tem rugas de ser mágoas
As que a memória não finda.
Das ânsias que não esvaiu
As paredes paradas perecem.
Por vezes agitam, desenfreadas!
Mas com as rugas nada tecem.
O sangue corre em cascata
Nas valas de poeira e de nada.
O compasso do sino soa lento.
A música, essa, é sonhada.
Bate velho, bate novo.
Novo demais! Fresco, vazio.
Mas lá dentro, na poeira e no nada
Sinto, espero, vivo e rio!
Porque oiço a música sonhada
Que me levará deste leito frio.
Gonçalo Limpo de Faria, Outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
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